Sus: armazenamento de plasma sanguíneo aumentará 30% no país

O Sistema Único de Saúde (SUS) está prestes a expandir significativamente sua capacidade de utilização do plasma sanguíneo, com um aumento projetado de 30%. A iniciativa foi anunciada pelo ministro da Saúde, durante evento realizado no Hemorio, no Rio de Janeiro. A expansão será viabilizada pela aquisição de 604 equipamentos de alta tecnologia, que já estão sendo entregues e cuja instalação está prevista para ser concluída até o primeiro trimestre do próximo ano.
A medida tem o potencial de gerar uma economia anual estimada em R$ 260 milhões, graças à redução da dependência de importações de medicamentos derivados do plasma. O ministro ressaltou que a produção nacional desses fatores elimina a insegurança associada à importação, garantindo um fornecimento mais estável para pacientes que necessitam de hemoderivados.
O plasma, componente líquido do sangue, é fundamental na produção de medicamentos utilizados no tratamento de hemofilia, doenças imunológicas e outras condições de saúde, além de ser essencial em cirurgias complexas. As imunoglobulinas, derivadas do plasma, têm aplicação crescente não apenas em doenças infecciosas, mas também em outras áreas da medicina.
O investimento para a produção dos equipamentos, proveniente do Novo PAC Saúde, totaliza R$ 116 milhões. A iniciativa beneficiará 125 serviços de hemoterapia em 22 estados, fortalecendo a infraestrutura de saúde em todo o país.
Entre os equipamentos adquiridos estão blast-freezers, que realizam congelamento ultra-rápido, ultrafreezers, para congelamento rápido, e freezers convencionais. A incorporação dessa tecnologia avançada permitirá que a nova fábrica da Hemobrás, inaugurada neste ano, opere em plena capacidade, processando até 500 mil litros de plasma por ano para a produção de medicamentos estratégicos para o SUS.
Nos últimos três anos, a oferta de plasma pelas unidades da rede pública já registrou um aumento de 288%, com os estoques passando de 62,3 mil litros para 242,1 mil litros. A Hemobrás, criada pelo governo brasileiro, consolida-se como a maior fábrica de hemoderivados da América Latina.
O anúncio da expansão da capacidade de armazenamento de plasma coincide com a semana nacional do doador de sangue. Em 2024, foram coletadas mais de 3,3 milhões de bolsas de sangue no país, representando 1,6% da população brasileira.
Atualmente, apenas 13% do plasma coletado por meio de doações voluntárias é utilizado em transfusões. O restante, 87%, tem potencial para ser destinado à produção de hemoderivados, evidenciando a importância de investimentos na infraestrutura para o aproveitamento integral desse recurso.

