Sus lança teleatendimento para dependentes em apostas esportivas

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O Sistema Único de Saúde (SUS) anuncia novas medidas para combater o vício em jogos e apostas online, um problema crescente que afeta a saúde mental e financeira de muitos brasileiros. Os ministérios da Saúde e da Fazenda uniram forças para lançar iniciativas focadas na prevenção e tratamento da compulsão por jogos, abrangendo tanto a saúde física quanto a mental dos usuários.

Um acordo de cooperação técnica foi assinado pelos ministros da Saúde e da Fazenda, prevendo a implementação de diversas ferramentas. Uma das principais é uma plataforma de autoexclusão, que estará disponível a partir de 10 de dezembro. Essa plataforma permitirá que apostadores que desejam interromper o vício solicitem o bloqueio de seus acessos a sites de apostas, tornando seus CPFs indisponíveis para novos cadastros ou para o recebimento de publicidade relacionada.

Além disso, o acordo estabelece o Observatório Brasil Saúde e Apostas Eletrônicas, um canal permanente de troca de dados entre os ministérios. O objetivo é viabilizar ações integradas de apoio aos usuários que buscam ajuda nos serviços do SUS. O Ministério da Saúde também disponibilizará orientações sobre como acessar os serviços da rede pública, incluindo informações sobre os pontos de atendimento do SUS, por meio do aplicativo Meu SUS Digital e da Ouvidoria do SUS.

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Outra iniciativa é a Linha de Cuidado para Pessoas com Problemas Relacionados a Jogos de Apostas, que oferece orientações clínicas e prevê atendimento presencial e online para facilitar o acesso ao cuidado em saúde mental.

A partir de fevereiro de 2026, o SUS, em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, ofertará teleatendimentos em saúde mental com foco em jogos e apostas. Inicialmente, serão 450 atendimentos online por mês, com possibilidade de ampliação conforme a demanda. Os pacientes serão integrados à rede do SUS e, quando necessário, encaminhados para atendimento presencial.

O ministro da Fazenda destacou que, apesar da autorização das apostas em 2018, a regulamentação da atividade foi negligenciada na gestão anterior. O novo regramento impede o uso de CPFs de crianças ou beneficiários de programas sociais para cadastro nos sites de jogos.

Dados do SUS mostram um aumento nos atendimentos de pessoas com transtornos associados ao jogo. Em 2023, foram registrados 2.262 atendimentos, número que subiu para 3.490 em 2024. Entre janeiro e junho de 2025, já foram contabilizados 1.951 atendimentos. O perfil típico do indivíduo com problemas relacionados ao jogo é homem, entre 18 e 35 anos, negro, vivendo situações de estresse e vulnerabilidade social, como desemprego, aposentadoria, separação ou isolamento.

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