Terahertz: startup promete revolucionar sensores para carros autônomos
Uma startup de Boston, Teradar, está desenvolvendo uma tecnologia inovadora que pode transformar o futuro dos veículos autônomos. A empresa aposta em sensores de terahertz para aprimorar a percepção do ambiente por esses veículos, mesmo em condições adversas como chuva forte, neve, neblina densa ou pouca luz.
A Teradar alega que sua tecnologia é superior aos sistemas atuais, incluindo câmeras, radares e sensores LiDAR. Essa melhoria abriria caminho para veículos autônomos de Nível 3 mais seguros e acessíveis. Os sensores de terahertz exploram uma faixa do espectro eletromagnético pouco utilizada, situada entre as frequências de radar e o infravermelho usado pelo LiDAR. Essa faixa permite capturar detalhes que os sistemas existentes não conseguem detectar, especialmente em condições climáticas desfavoráveis.
Segundo a empresa, seus sensores de estado sólido oferecem uma resolução até 20 vezes maior que a dos radares tradicionais, com alcance superior a 300 metros. Essa precisão permitiria que veículos autônomos de Nível 3 realizassem tarefas complexas com menor necessidade de intervenção humana, embora o motorista ainda precise estar pronto para assumir o controle.
Além da precisão, a tecnologia da Teradar promete reduzir os custos de produção. A startup afirma que seus sensores podem ser integrados de forma mais fácil e com menor investimento do que a combinação de radar e LiDAR utilizada em muitos veículos autônomos atuais.
A Teradar está em desenvolvimento há vários anos, realizando demonstrações para fabricantes e aprimorando seus sistemas. Esse esforço resultou em uma rodada de financiamento Série B de US$ 150 milhões. Um dos próximos passos da empresa é o lançamento do Motor Modular de Terahertz, que competirá diretamente com os sistemas combinados de radar e LiDAR.
Entre as vantagens potenciais do módulo de terahertz estão: um alcance de quase 300 metros, mesmo em condições climáticas adversas; resolução superior à do radar; custo mais baixo para adoção em larga escala; instalação mais simples nas plataformas das montadoras; e o potencial de impulsionar a popularização de veículos de Nível 3 no mercado.
O CEO e cofundador da Teradar, Matt Carey, fundou a empresa após um acidente fatal envolvendo um amigo em meio à neblina, onde os sensores tradicionais falharam. Atualmente, a Teradar colabora com cinco montadoras nos Estados Unidos e na Europa para validar sua tecnologia, com previsão de integrar os sensores em veículos a partir de 2028.
Embora a tecnologia prometa avanços significativos, ainda é necessário comprovar seu desempenho, obter homologações, integrar os sensores a sistemas como o Google Maps, superar entraves regulatórios e realizar testes em condições reais de tráfego antes que a solução se torne amplamente adotada. No entanto, o menor custo em relação a outras tecnologias pode tornar o terahertz uma opção viável para equipar veículos populares, e não apenas modelos de luxo.
