Terra atinge ponto de não retorno nos recifes de coral, alerta estudo global
Estudo global alerta que recifes de coral alcançaram ponto de não retorno climático, exigindo ações urgentes para salvar ecossistemas vitais.
Um novo estudo global indica que os recifes de coral tropicais sofreram um colapso irreversível, sendo identificados como o primeiro ponto de não retorno climático no planeta. Pesquisadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, lideraram a análise que envolveu 160 cientistas de 87 instituições em 23 países, destacando que a crise nos corais é consequência direta do aumento das temperaturas oceânicas.
O fenômeno de branqueamento em massa vem causando a morte dos corais ao afastar suas algas simbióticas, essenciais para a sobrevivência desses ecossistemas. As perdas são preocupantes: 84% dos recifes de coral já foram afetados, comprometendo funções vitais como abrigo para espécies marinhas e fornecimento de alimento e meios de subsistência para cerca de um bilhão de pessoas ao redor do mundo.
O estudo teve como foco a Grande Barreira de Corais, na Austrália, onde ondas de calor marinhas provocaram danos significativos. Os cientistas alertam que o colapso dos recifes pode desencadear efeitos em cadeia sobre outros sistemas naturais. Entre os pontos de atenção estão o degelo das calotas polares, que influencia diretamente o nível do mar, e a possibilidade de um colapso da floresta amazônica, que impactaria drasticamente a biodiversidade e o equilíbrio atmosférico global.
O aquecimento global já elevou a temperatura média da Terra em 1,4°C acima dos níveis pré-industriais, ultrapassando o limite necessário para a recuperação dos corais. Segundo o relatório, mesmo limitar o aumento a 1,5°C não seria suficiente para restaurar os danos, sendo necessário reduzir a temperatura para cerca de 1°C para evitar a destruição total desses ecossistemas.
Com a aproximação da COP30, marcada para novembro no Brasil, aumenta a pressão sobre líderes mundiais para adotarem medidas urgentes contra as mudanças climáticas. Entre as ações propostas estão cortes significativos nas emissões de gases de efeito estufa, estratégias de remoção de carbono e investimentos em tecnologias limpas, como energia solar e eólica.
Além disso, a inovação tecnológica pode desempenhar um papel crucial. A expansão de veículos elétricos e transportes sustentáveis, combinada a políticas coordenadas de energia renovável, pode gerar efeitos positivos em cadeia, ajudando a mitigar os impactos climáticos mais imediatos e oferecendo uma luz de esperança diante da crise ambiental.
A situação destaca que o planeta já atingiu um ponto de não retorno, reforçando a necessidade de ação rápida e coordenada para proteger os ecossistemas que ainda podem ser salvos e garantir a estabilidade ambiental para as próximas gerações.
