Tesla é processada após fatalidade em model s de 2016

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A Tesla está envolvida em mais uma ação judicial relacionada a um acidente fatal, desta vez envolvendo o design das maçanetas do Model S de 2016. As famílias de duas vítimas alegam que falhas no sistema de abertura das portas impossibilitaram a fuga de cinco ocupantes após uma colisão ocorrida em 2024 no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos. O caso aumenta a pressão sobre as soluções de segurança empregadas pela fabricante em seus veículos.

O acidente ocorreu quando o veículo, conduzido por Barry Sievers, saiu de uma estrada e colidiu com uma árvore em Verona, próximo a Madison. Segundo o escritório do Xerife do Condado de Dane, as condições da via, a velocidade excessiva e a condução sob efeito de substâncias contribuíram para o trágico evento. Uma moradora próxima, ao ouvir o impacto, acionou o serviço de emergência, relatando que o veículo pegou fogo e que gritos foram ouvidos por aproximadamente cinco minutos.

Todos os ocupantes do Tesla Model S, incluindo o motorista e quatro passageiros, faleceram. A ação judicial foi iniciada pelas famílias de Jeffrey e Michelle Bauer, que estavam nos bancos dianteiro e traseiro do veículo.

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A principal alegação é que a Tesla foi negligente ao projetar o sistema de abertura das portas. O Model S utiliza maçanetas eletrônicas que dependem de energia elétrica para liberar as portas. Apesar da existência de um mecanismo mecânico de emergência, ele varia entre os modelos e as posições no veículo. No Model S de 2016, a liberação mecânica está presente nas portas dianteiras e é acionada automaticamente quando o carro perde energia. No entanto, nas portas traseiras, o mecanismo está oculto sob o carpete abaixo do banco, o que, segundo os autores do processo, impossibilitou a identificação rápida pelos passageiros.

O processo alega que a Tesla já enfrentava reclamações sobre o design e poderia ter adotado soluções mais simples e robustas. São citados comentários de 2025 do chefe de design da Tesla, Franz von Holzhausen, indicando que a empresa trabalha para combinar as funções eletrônicas e mecânicas em um único botão. A ação também menciona que novos modelos possuem etiquetas indicando a localização das travas de emergência, o que, segundo o processo, sinaliza que os projetos anteriores careciam de clareza.

Além da questão das portas, a ação argumenta que o Model S de 2016 não possuía materiais adequados para retardar o fogo no pacote de baterias. Os autores afirmam que o veículo não tinha barreiras suficientes nem materiais intumescentes, usados para isolar e desacelerar a propagação de chamas. Segundo o processo, esses recursos foram incluídos posteriormente em modelos como o Model 3, que teria registrado menos ocorrências similares.

A ação pede indenização por danos materiais e punições adicionais, afirmando que elas seriam necessárias para impedir condutas semelhantes no futuro. O motorista e sua seguradora também foram incluídos no processo sob alegação de negligência. A Tesla ainda não se manifestou sobre o caso.

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