Tilápia domina piscicultura nacional e projeta crescimento ainda maior
A tilápia consolidou sua posição de destaque na piscicultura brasileira, mantendo um crescimento constante ao longo de 2024. A produção da espécie alcançou 660 mil toneladas neste ano, representando 68% de todo o peixe cultivado no país. A Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) estima que, mantendo o ritmo atual, a tilápia poderá responder por até 80% da produção nacional de peixes até 2030.
Este avanço demonstra a crescente importância econômica da tilapicultura, que se concentra principalmente em pequenos produtores. Segundo o presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros, o contínuo crescimento da tilápia reflete uma cadeia produtiva mais estruturada e preparada para atender à crescente demanda por proteínas de origem controlada.
A tilapicultura está presente em mais de 110 mil propriedades rurais, com cerca de 98% dos produtores classificados como pequenos. A atividade gera mais de 600 mil empregos diretos e indiretos em polos produtivos localizados no Oeste do Paraná, na região dos Grandes Lagos (entre São Paulo e Mato Grosso do Sul), em Morada Nova de Minas e em áreas de Santa Catarina.
De acordo com Medeiros, o aumento da produção nacional de tilápia já está mudando a posição do Brasil no cenário global. O país tem potencial para se tornar o terceiro maior produtor mundial de tilápia na próxima década, impulsionado por investimentos em genética, nutrição e processamento. Esses investimentos sustentam a expansão da cadeia produtiva e fortalecem a presença da tilápia no mercado interno.
Apesar dos resultados expressivos, o setor ainda enfrenta desafios que limitam sua competitividade e escala. O presidente da Peixe BR destaca que a tilapicultura é uma das atividades mais regulamentadas entre as proteínas animais. A redução da burocracia e a busca por regras alinhadas às aplicadas a aves e suínos são consideradas essenciais para impulsionar novos avanços no setor.
A entidade também enfatiza o potencial da tilapicultura para contribuir com o desenvolvimento sustentável do país. A atividade apresenta baixo impacto ambiental e tem capacidade de gerar renda em diversas regiões, o que a posiciona como um dos principais motores da expansão aquícola brasileira nos próximos anos.

