Trabalho reduzido? inteligência artificial pode encurtar semana para 3,5 dias

Compartilhe

O futuro do trabalho pode estar mais próximo do que se imagina, e ele pode incluir uma semana de trabalho drasticamente mais curta. De acordo com um executivo de uma grande empresa do setor financeiro, a inteligência artificial (IA) tem o potencial de otimizar os horários de trabalho a ponto de reduzir a semana para apenas três dias e meio.

Durante o America Business Forum, em Miami, o CEO do JPMorgan Chase compartilhou sua visão sobre como a IA impactará o mercado de trabalho. Segundo ele, a inteligência artificial terá um impacto significativo em diversas áreas, desde aplicações e empregos até interações com clientes. A estimativa é que, em um período de 20, 30 ou 40 anos, o mundo desenvolvido poderá desfrutar de uma semana de trabalho mais curta e vidas mais plenas.

O JPMorgan tem investido fortemente em IA, transformando-se em um centro de desenvolvimento e testes da tecnologia. Atualmente, cerca de 2.000 funcionários estão envolvidos no desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial. Aproximadamente 150.000 utilizam modelos de linguagem avançados semanalmente para tarefas internas. O banco já implementou centenas de aplicações práticas da IA, incluindo a detecção de fraudes, a revisão jurídica, os acordos financeiros e a otimização de marketing.

Publicidade

A previsão de uma semana de trabalho reduzida está diretamente ligada ao aumento da produtividade proporcionada pela IA. À medida que a tecnologia assume tarefas rotineiras, a expectativa é que o mesmo volume de trabalho possa ser realizado em menos tempo. No entanto, o executivo ressalta que essa transição pode gerar desafios.

Ele alerta que a IA inevitavelmente eliminará alguns postos de trabalho, e que é fundamental que empresas e governos se preparem para lidar com esse cenário. A sugestão é que sejam implementados programas de requalificação, assistência de renda, realocação e, em alguns casos, aposentadoria antecipada, a fim de mitigar possíveis impactos sociais negativos.

Além disso, o executivo do JPMorgan destaca que a economia da IA difere da economia da internet. O desenvolvimento da IA exige um alto investimento em capital e energia. Investidores devem analisar cuidadosamente cada investimento em data centers e infraestrutura de IA, avaliando a capacidade de geração de receita, os riscos de construção e tecnologia e as possíveis consequências caso os chips ou as instalações não atendam às expectativas.

Para outros executivos, a mensagem é clara: é hora de começar a usar a IA em todas as áreas dos negócios. O JPMorgan chegou a oferecer cursos intensivos sobre IA para seus executivos, muitos dos quais não estavam familiarizados com o potencial das ferramentas disponíveis.

Publicidade

O futuro do trabalho, portanto, pode ser caracterizado por menos horas e mais valor, desde que os líderes ajam agora. É preciso modernizar dados para que a IA possa utilizá-los de forma eficaz, investir mesmo diante das restrições energéticas e criar alternativas humanas e responsáveis para as funções que serão substituídas. A expectativa é que as instituições consigam reconstruir aquilo que as máquinas eliminarem, pavimentando o caminho para uma semana de trabalho mais curta sem comprometer o contrato social.

Compartilhe