Trump retira tarifa de 40% sobre produtos brasileiros
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogou uma tarifa de 40% que estava em vigor sobre diversos produtos brasileiros desde o final de julho. A decisão, formalizada em comunicado emitido pela Casa Branca nesta quinta-feira, beneficia uma ampla gama de produtos, incluindo itens importantes para a economia brasileira.
Entre os 212 produtos que voltam a ter livre acesso ao mercado americano, destacam-se a carne bovina, tanto in natura quanto processada, o café, diversos legumes e frutas tropicais como manga, abacaxi, mamão, abacate e goiaba. Alguns fertilizantes químicos e outros produtos agrícolas também estão incluídos na lista de isenção.
Na justificativa do comunicado, Trump mencionou a análise de informações fornecidas por seus assessores e o progresso nas negociações com o governo brasileiro como fatores determinantes para a decisão. Ele afirmou ser “necessário e apropriado modificar o escopo dos produtos sujeitos à alíquota adicional”.
Diferentemente de uma ordem anterior que retirava tarifas adicionais de 10% de diversos países, a medida atual beneficia exclusivamente o Brasil. A isenção é retroativa, com validade a partir de 13 de novembro, data da reunião entre o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. Isso significa que as taxas de importação pagas por exportadores brasileiros desde essa data serão reembolsadas pelo governo dos EUA, seguindo os procedimentos padrão da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
O comunicado menciona uma conversa telefônica entre Trump e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida em 6 de outubro de 2025, na qual ambos concordaram em iniciar negociações para tratar das preocupações levantadas inicialmente no Decreto Executivo 14323. De acordo com o texto, essas negociações estão em andamento.
A medida foi recebida com entusiasmo pelo setor do café. O diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, afirmou que o setor tem agora o desafio de reconquistar o espaço perdido no mercado americano. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) também manifestou satisfação com a decisão, destacando a efetividade do diálogo técnico e das negociações conduzidas pelo governo brasileiro.



