U2 honrado com prêmio Woody Guthrie por impacto sociopolítico
Em uma noite marcada por reflexões sobre música, ativismo e o atual panorama político, a banda U2 recebeu o prestigioso Prêmio Woody Guthrie. A cerimônia, realizada em Tulsa, Oklahoma, no Cain’s Ballroom, teve como protagonistas Bono e The Edge, que subiram ao palco para aceitar a honraria em nome do grupo.
“Precisamos conscientemente lutar contra a história — ou ela se repetirá”, declarou Bono durante seu discurso de aceitação, ecoando a mensagem de engajamento social que permeia a carreira do U2.
Reconhecido por décadas como uma influência no cenário sociopolítico da música, o U2 recebeu o prêmio das mãos de Anna Canoni, neta do próprio Woody Guthrie. Aproximadamente 800 pessoas prestigiaram o evento. Adam Clayton e Larry Mullen Jr., os outros integrantes do U2, não estiveram presentes na cerimônia. Além de receber o prêmio, Bono e The Edge presentearam o público com um set acústico de 45 minutos.
Anna Canoni, em sua introdução, ressaltou a crença do U2 no poder da música popular como ferramenta para a justiça e a verdade. Na sequência, Bono e The Edge apresentaram versões acústicas de canções emblemáticas de protesto do U2, como “Running to Stand Still”, “Mothers of the Disappeared” e “Pride (In the Name of Love)”, além de canções do repertório de Guthrie.
Durante a interpretação de “This Train Is Bound for Glory”, Bono exibiu sua habilidade na gaita. Em “They Laid Jesus Christ in the Grave”, o vocalista convidou a plateia para um coro coletivo. Um dos momentos mais emocionantes foi durante a execução de “Sunday Bloody Sunday”, com o público cantando em uníssono o refrão “How long must we sing this song?”, seguido por um solo de guitarra estendido de The Edge.
Em um momento de forte polarização política nos Estados Unidos, a dupla irlandesa aproveitou a ocasião para reiterar o poder transformador da música. Cady Stanton, diretora do Woody Guthrie Center, comentou sobre a relevância do U2: “As vozes deles encheram estádios — mas, mais importante que isso, amplificaram as vozes daqueles que, de outra forma, jamais seriam ouvidos.”