Uso do celular no banheiro aumenta risco de hemorroidas, aponta estudo

Levar o smartphone para o banheiro, um hábito cada vez mais comum, pode trazer consequências negativas para a saúde. Um estudo recente revelou que essa prática está associada a um risco significativamente maior de desenvolver hemorroidas.
A pesquisa, publicada na revista PLOS One, investigou a relação entre o tempo prolongado sentado no vaso sanitário, frequentemente estendido pelo uso de dispositivos móveis, e a saúde do assoalho pélvico, bem como das veias retais.
A análise aponta que o uso do celular prolonga a permanência no vaso sanitário. De acordo com uma das autoras do estudo, gastroenterologista e diretora do Instituto de Pesquisa Intestino-Cérebro, o vaso sanitário não oferece suporte adequado ao assoalho pélvico, o que resulta em um aumento da pressão sobre as veias do reto. “Quanto mais tempo você fica sentado no vaso sanitário, pior é para você”, ressalta a especialista.
O estudo envolveu 125 adultos, dos quais 66% admitiram utilizar o celular durante o uso do banheiro, principalmente para ler notícias e acessar redes sociais. Surpreendentemente, esses participantes apresentaram um risco 46% maior de ter hemorroidas detectadas em colonoscopias subsequentes, mesmo após considerar fatores como constipação, dieta e prática de exercícios físicos.
Além do risco de hemorroidas, especialistas alertam para a contaminação dos aparelhos por partículas microscópicas de fezes e urina, que são lançadas no ar durante a descarga. Uma gastroenterologista da Universidade Johns Hopkins destaca que “levar o celular para o banheiro é meio nojento”.
A pesquisa também revelou que adultos entre 40 e 50 anos são os que mais utilizam smartphones no banheiro, ultrapassando frequentemente o tempo recomendado. Enquanto 37% dos usuários de celular permanecem no vaso sanitário por mais de cinco minutos, apenas 7% daqueles que não usam o aparelho excedem esse tempo.
Diante desses resultados, especialistas recomendam evitar levar o celular para o banheiro. Caso seja inevitável, é importante estabelecer um limite de tempo. Uma das autoras do estudo sugere: “Se a mágica não acontecer em cinco minutos, não vai acontecer. Dê uma pausa e tente novamente mais tarde.”
