Você está comendo ovo do jeito errado há anos

O ovo é um dos alimentos mais completos e nutritivos disponíveis, mas o modo como muitas pessoas o consomem pode comprometer seus benefícios. Durante anos, o alimento foi injustamente acusado de elevar o colesterol, mas hoje especialistas afirmam que o erro está na forma de preparo e no consumo, e não no ovo em si. O cirurgião coloproctologista Dr. Fernando Lemos, criador do canal “Planeta Intestino”, explica os equívocos mais comuns e como transformar o consumo de ovos em um hábito saudável.

Segundo o médico, muitos ainda acreditam que descartar a gema é a forma mais saudável de comer ovo. “A gema concentra vitaminas, minerais, antioxidantes e colina, nutrientes essenciais para o cérebro, memória e saúde do sistema nervoso. Comer apenas a clara é desperdiçar grande parte do potencial nutritivo do alimento”, alerta Lemos. Outro erro frequente é cozinhar demais ou fritar em excesso. O ovo cozido em água fervente preserva a maior parte das vitaminas, enquanto frituras ou cozimentos prolongados podem reduzir nutrientes sensíveis ao calor.

O armazenamento também faz diferença: guardar ovos fora da geladeira, especialmente em países tropicais, facilita a proliferação de bactérias como a salmonela, prejudicando a saúde. O recomendado é mantê-los na caixa original, dentro da geladeira, e não na porta, onde a temperatura oscila constantemente.

Outro mito derrubado pelo especialista é a diferença de cor da casca. Ovos brancos, marrons ou vermelhos têm valor nutricional idêntico, e a coloração depende apenas da raça da galinha. Além disso, combinações populares como ovo com pão branco e excesso de manteiga podem reduzir os benefícios do alimento, enquanto a escolha de pão integral e temperos naturais, como salsinha, cúrcuma ou manjericão, potencializa a saciedade e acrescenta antioxidantes à dieta.

Lemos ainda esclarece dúvidas sobre a quantidade ideal: pessoas saudáveis podem consumir um a três ovos por dia sem risco cardiovascular. Para indivíduos com colesterol elevado ou diabetes, a recomendação é reduzir o consumo para quatro a cinco ovos por semana, sempre dando preferência a preparações mais saudáveis, como ovos cozidos ou pochê.

O médico reforça que, quando consumido corretamente, o ovo é um aliado da saúde, contribuindo para crescimento muscular, proteção da visão, fortalecimento cerebral e controle do peso. O segredo está em evitar exageros, frituras e erros no armazenamento, garantindo que cada refeição com ovo maximize seus benefícios comprovados pela ciência.