HSBC faz aposta bilionária para assumir o controle total do Hang Seng Bank

HSBC anuncia oferta de US$ 13,6 bilhões para adquirir 100% do Hang Seng Bank, reforçando sua presença em Hong Kong e apostando na consolidação regional.

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O HSBC anunciou uma oferta de US$ 13,6 bilhões para adquirir a fatia restante de 36,5% do Hang Seng Bank, em uma das maiores operações financeiras de Hong Kong na última década. A proposta de privatização, avaliada em HK$ 106 bilhões, colocaria o valor total do Hang Seng em US$ 37,3 bilhões, reforçando a estratégia do grupo britânico de consolidar suas operações no território asiático.

O banco ofereceu HK$ 155 por ação, um prêmio de 30% sobre o preço de fechamento anterior, o que impulsionou uma forte reação no mercado. As ações do Hang Seng Bank dispararam mais de 40%, atingindo o maior nível desde fevereiro de 2022. Em contrapartida, os papéis do HSBC caíram mais de 6% em Londres e Hong Kong, refletindo a cautela dos investidores diante da magnitude do negócio.

Consolidação em meio a desafios econômicos

Segundo o CEO do HSBC, Georges Elhedery, a proposta busca fortalecer a posição competitiva do grupo e simplificar as operações em Hong Kong, mantendo a identidade e o valor da marca Hang Seng. A aquisição total permitiria ao HSBC gerir de forma mais integrada a rede de agências e os serviços da subsidiária, sem alterar sua imagem junto ao público local.

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O movimento ocorre em meio à crise imobiliária prolongada que afeta Hong Kong e a China continental, que elevou o índice de empréstimos inadimplentes do Hang Seng para 6,7% em 2025, frente a 2,8% no final de 2023. Mesmo assim, o HSBC vê na operação uma oportunidade de crescimento conjunto e fortalecimento da presença regional.

“Preservaremos a marca e o patrimônio do Hang Seng, enquanto ampliamos nossa capacidade tecnológica e de produtos”, afirmou Elhedery.

Reação dos analistas e próximos passos

Apesar da visão otimista da diretoria, o mercado mostrou ceticismo quanto ao preço e ao momento da oferta. O Citi destacou que o prêmio chega após uma valorização de 24% nas ações do Hang Seng ao longo do último ano. Já o Barclays classificou o movimento como uma “grande aposta em Hong Kong”, lembrando que a operação pode reduzir o índice de capital CET1 do HSBC em cerca de 125 pontos-base.

Para equilibrar as finanças, o banco britânico suspenderá recompra de ações por até três trimestres, abrindo mão de US$ 7 a 8 bilhões destinados a esses programas. A conclusão do negócio depende da aprovação de 75% dos acionistas minoritários e da sanção judicial em Hong Kong, com finalização esperada para o segundo trimestre de 2026.

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Se confirmada, a compra marcará uma das maiores privatizações financeiras da história de Hong Kong e um sinal de confiança renovada na cidade como centro financeiro da Ásia.

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