Trump expande cota de carne Argentina para combater inflação nos EUA
O governo dos Estados Unidos implementou uma medida significativa ao quadruplicar a cota de importação de carne bovina da Argentina. O volume, que antes era de 20 mil toneladas anuais, passa a ser de 80 mil toneladas, com a aplicação de tarifas reduzidas.
De acordo com a Casa Branca, essa decisão tem como objetivo principal conter o aumento dos preços da carne no mercado interno e aumentar a disponibilidade do produto para os consumidores americanos. A medida surge em um momento de crescente pressão inflacionária nos Estados Unidos, e faz parte de um plano econômico mais amplo para diminuir o custo de vida das famílias.
O Departamento de Agricultura (USDA) detalhou que o novo limite tarifário permitirá a importação de até 80 mil toneladas de carne argentina por ano com tarifas preferenciais. Após esse limite, serão aplicadas alíquotas de 26,4% sobre as quantidades excedentes.
Os Estados Unidos enfrentam um cenário de escassez de gado, com o menor rebanho bovino dos últimos dez anos. Essa situação é resultado de uma seca prolongada em importantes regiões produtoras, do aumento nos custos de ração e da perda de áreas de pastagem. A redução da oferta de carne elevou os preços no varejo em mais de 50% nos últimos cinco anos. O governo busca reverter essa tendência antes que o aumento do custo dos alimentos tenha um impacto ainda maior na economia.
Apesar da ampliação da cota argentina, analistas apontam que o volume representa menos de 1% do consumo anual de carne bovina nos Estados Unidos, que ultrapassa 12 milhões de toneladas. No entanto, a medida é vista como um gesto simbólico na luta contra a inflação.
A decisão da Casa Branca gerou reações no setor pecuário americano. A National Cattlemen’s Beef Association (NCBA) manifestou preocupação, afirmando que a medida ocorre em um momento delicado para o setor e pode impactar a renda dos produtores. Lideranças rurais de estados como Kansas, Texas e Dakota do Sul também cobram maior apoio federal para a recomposição do rebanho e para compensar os efeitos da concorrência estrangeira.
Em resposta, o USDA prepara um pacote de estímulos voltado à produção nacional, que incluirá incentivos fiscais, ampliação do acesso a pastagens federais e financiamento de longo prazo para pequenos e médios produtores. O governo também planeja investir na capacidade de abate e processamento dentro dos Estados Unidos.
O governo argentino celebrou a ampliação da cota como um sinal de confiança na carne argentina. Segundo o Ministério da Agricultura, a decisão fortalece o comércio bilateral e reforça a imagem do país como fornecedor de proteína bovina de alta qualidade. A Argentina exportou mais de 700 mil toneladas de carne bovina em 2024 e vê no mercado americano uma oportunidade estratégica de expansão.





