Orsted corta 2 mil empregos e deixa mercado dos EUA para focar na Europa

Orsted anuncia corte de 2 mil empregos e saída dos EUA para focar na energia eólica europeia, buscando eficiência diante de desafios globais no setor.

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A Orsted, gigante dinamarquesa de energia eólica offshore, anunciou que vai reduzir 2.000 empregos até 2027, o que representa cerca de 25% de sua força de trabalho global. A medida faz parte de uma reorganização estratégica, marcada pela retirada do mercado dos Estados Unidos e um foco renovado na Europa, em meio a desafios políticos e econômicos.

A empresa afirmou que os cortes estão ligados à conclusão de grandes projetos e à necessidade de ajustar operações diante de um cenário global mais difícil para o setor. O diretor executivo, Rasmus Errboe, explicou que as demissões são consequência de uma “decisão necessária” para fortalecer os negócios principais da companhia.

Nos EUA, a Orsted enfrentou um ambiente de forte incerteza desde que o governo Trump suspendeu novos contratos de energia eólica offshore e ordenou revisões em projetos já em andamento. O projeto Revolution Wind, avaliado em US$ 6,2 bilhões e planejado para abastecer 350 mil casas, foi um dos mais afetados. A paralisação temporária gerou prejuízos de US$ 2,3 milhões por dia, ilustrando as dificuldades da empresa no país.

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Os cortes na Orsted refletem um momento delicado para todo o setor de energia eólica, que sofre com custos de produção 40% mais altos, inflação global e gargalos na cadeia de suprimentos. De acordo com dados recentes, o investimento em energia renovável nos EUA caiu 36%, enquanto a China deve concentrar quase metade da capacidade global de energia eólica offshore até 2030.

Com as mudanças, a Orsted pretende economizar cerca de 2 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 311 milhões) por ano a partir de 2028. Mesmo com o anúncio, as ações da empresa subiram 0,7% nas bolsas europeias, mostrando que o mercado vê a reestruturação como um passo importante para a sustentabilidade financeira da companhia.

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